segunda-feira, 13 de maio de 2013

o bruxo de los angeles...

Campanha pré-outono 2013 da Saint-Laurent, estrelada pela modelo sueca Freja Beha Erichsen, encarnação do estilo de beleza e atitude da nova marca comandada por Hedi Slimane.
Em 2007, Hedi Slimane mudou-se para Los Angeles. A ele interessava não apenas a Costa Oeste norte-americana, a Califórnia, mas os ícones, os símbolos, o modo de vida dessa estranha e desconhecida metrópole. 

Sem preconceitos, Slimane abraçou L.A. como matriz de sua recente fase criativa, seja na fotografia, seja na moda. Depois de uma longa temporada na Dior Homme, no início dos anos 2000, época em que redefiniu a silhueta masculina de forma radical e contundente - com seus modelos macérrimos, de preto, calças mega skinny, maxi regatas, pele, osso, e atitude. 

Nascido em Paris, de mãe italiana e pai tunisiano, também viveu em Londres e Berlin. Um certo nomadismo asceta já faz parte de sua persona e, por decorrência, de seu trabalho. Super conectado ao rock, ao folk e ao pop desde criança, David Bowie era seu ídolo maior. Ídolo que só veste suas roupas quando soube aos palcos. Assim como toda a geração de bandas indies e do novo rock inglês e americano surgida nos anos 2000. 

Desse ascetismo também vem sua paixão pela arte conceitual norte-americana. Tanto que, em 2011, foi o curador responsável pela mostra "Mitos e Lendas de Los Angeles", a qual percorreu Paris e Bruxelas com uma exibição de artistas californianos como Ed Ruscha, John Baldessari, Chris Burden e Sterling Ruby. Ele próprio exibiu sua obra fotográfica no MOCA, de nome "California Song".

E é nessa pegada de revival dos anos 70, de movimento hippie, mesclados aos novos movimentos estéticos e de intervenção urbana na cena artística de Los Angeles que Slimane encontrou sua concepção de contemporâneo. A atualização do seu conceito de elegância e irreverência, de ligação entre moda, artes visuais, música e comportamento. 

Yves Saint-Laurent deve estar se revirando no túmulo. Desde 2012, Hedi Slimane, no comando da marca, sugeriu a alteração do nome - já incorporada - para Saint-Laurent apenas. Alteração notável também na nova silhueta feminina criada para a grife. Sai o étnico e a beleza feminina, e entram as ruas de Los Angeles, as feiticeiras e drogadictas, as ex-hippies e novas indies, as personagens eternamente jovens e diáfanas do "Nosferatu" Slimane.   

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