quarta-feira, 15 de maio de 2013

fotografia antropofágica...

"Madame X", São Francisco, 1981.
"Festa dos Tolos", Novo México, 1990, e "O Sutiã de Joan Miró", Novo México, 1982.
O título pode remeter à ideia de modernismo brasileiro. Antropofágico. Nada a ver, no caso. Aproprio-me do termo para caracterizar a obra do fotógrafo norte-americano Joel-Peter Witkin, baseada na canibalização de referências e temáticas ligadas ao underground, à pornografia, ao freak (leiam-se aqui influências diretas da obra de Diane Arbus e de Robert Mapplethorpe), somadas a elementos de violência e escatologia explícita: Witkin trabalha os transsexuais, a nudez frontal sem estilizações, os cadáveres, partes decepadas do corpo humano decepadas, ossos e esqueletos.
"Mulher Que Já Foi Pássaro", Los Angeles, 1992.
"As Graças", Novo México, 1988.
"Daphne e Apollo", Los Angeles, 1990.
"As Meninas", Novo México, 1987.
A esse caldeirão de objetos temáticos, o fotógrafo derrete releituras de pinturas clássicas do renascimento, do classicismo francês, como "As Meninas", "Leda e o Cisne", "As Graças", "Cupido e Centauro", e ainda coloca pitadas contundentes de surrealismo. Tudo isso concebido no formato de intervenções diretas sobre os negativos, por meio de rabiscos e scratches; por meio da utilização de produtos químicos tonalizantes ou de bleaching nos prints fotográficos, resultando em fotos assemelhadas a ambrotipos, daguerreotipos, técnicas muito bem coordenadas e ritmadas aos seus temas transgressores. O resultado tem pegada. 
"Mãe e Filho", Novo México, 1979.
"Leda", Los Angeles, 1986.
"Estúdio do Pintor (Courbet)", Paris, 1990
"Cupido e Centauro", 1992.

Nenhum comentário:

Postar um comentário