quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

corpos ardentes...


Escultura suicida da instalação "Event Horizon", concebida em 2007, no skyline de São Paulo como parte da exibição "Corpos Presentes", de Antony Gormley, no CCBB-SP.
Escultura de Gormley na frente do prédio do CCBB-SP, num domingo em que os ciclistas não pensaram 2 vezes onde amarrar suas bikes (iphoto minha).
Foi necessária uma estrutura externa ao prédio do CCBB-SP para sustentar o conjunto de esculturas pendentes de Gormley no vão interno (iphoto minha).
A perspectiva do 2o. andar do vão central do CCBB-SP das esculturas pendentes (iphoto minha). 
Perspectiva do cima para baixo (iphoto minha).
Cruz maciça em que as mãos e os pés de Cristo estão em 3D (iphoto minha). 
Perspectiva lateral das esculturas da expo "Corpos Presentes", de Antony Gormley, no hall de entrada do CCBB-SP.
As esculturas humanas de Gormley na Tate Modern - outra composição e forma de interação com o espaço.
Uma escultura é a materialização de uma forma, um objeto que ocupa um espaço, e, ao ocupá-lo, acaba por tranformá-lo. Uma escultura é ela em si e, simultaneamente, o modo como ela interage ao seu redor. 


As esculturas de Antony Gormley transmitem essa ideia sem grandes necessidades de mediação. É um impacto quase que imediato, entre os corpos esculpidos em diferentes tamanhos, posições, formatos e técnicas, e o espaço ao redor. Seja esse espaço dentro de uma galeria, seja o das ruas e edifícios de uma cidade. 

Em 2012, a exposição "Corpos Presentes", coletânea dos principais trabalhos de Antony Gormley, escultor britânico de fama internacional, ocupou o CCBB de São Paulo (depois o CCBB-Rio, e até o início do ano estava no CCBB-Brasilia)
Um prédio do início do século XX, construído dentro da concepção clássica da época, fruto da prosperidade econômica trazida pelo café.

Além do interior do centro cultural, os bonecos-homens de Gormley, na instalação "Event Horizon", realizada anteriormente em Londres e Nova York, ocuparam as ruas e os topos de edifício do centro de São Paulo. Não havia como evitar a contundência dessas formas, desses corpos. Aglomeradas numa estrutura pendente do alto da clarabóia do edifício e ao longo do hall de entrada, as esculturas em ferro das mesmas proporções que as do corpo do artista se dispunham como um índice de posições corporais, de sentimentos humanos. Na frente do prédio, uma escultura em pose ereta, com a qual qualquer pedestre podia brincar - vesti-la, pixá-la, colocar chapéu, boné, amarrar bicicletas (era uma determinação do próprio Gormley). Ao redor do CCBB, esculturas suicidas distribuídas em cima dos edifícios, que podiam ser vistas do Vale do Anhangabaú, do Viaduto do Chá, da Praça do Patriarca, da Praça Ramos. 

As esculturas de Gormley têm esse poder de nos guiar o olho. Tanto para elas próprias como para o contexto espacial e urbano no qual elas estão dispostas. O prédio de inspiração clássica art-nouveau do CCBB de São Paulo se deu a perceber para os espectadores da exposição de uma outra maneira, assim como o entorno urbano do centro de São Paulo. Uma paisagem que antes passava despercebida passou a ser notada. Sem necessidade de mapas ou sinais de indicação...
Escultura em tamanho gigante de homem de cócoras concebida por Gormley para as terras baixas da Holanda.
A mesma escultura na proporção das medidas do corpo do artista (veio para a exibição do CCBB).
"Anjo do Norte", em Gateshead, Reino Unido.

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