quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

o cubo branco...

Obra em néon da artista britânica Tracey Emin em exibição de mesmo nome na inauguração da filial brasileira da galeria londrina White Cube.
No final do ano passado, foi inaugurada em São Paulo mais uma filial da badalada galeria de arte contemporânea londrina, a White Cube. A primeira ramificação plantou raízes no extremo oriente, em Hong Kong, e São Paulo foi escolhida para receber a segunda filial do selo do cubo branco. 

Criada em 1993 pelo art dealer Jay Jopling, a White Cube surfou na onda da geração dos chamados "Jovens Artistas Britânicos", como Tracey Emin e Damien Hirst, e hoje representa nomes como Antony Gormley, Andreas Gurski, Gabriel Orozco, Anselm Kiefer, Gilbert e George, Sam Taylor-Wood e Jeff Wall.

Se, por um lado, a chegada de uma galeria da envergadura da White Cube em São Paulo demonstra a relevância que o mercado brasileiro de arte vem ganhando no cenário mundial, por outro, pode indicar uma certa tendência à especulação artística e à concentração de mercado. 

Com um conceito auto-denominado de pop-up gallery, a versão tupiniquim da White Cube só estará aberta ao público eventualmente, apenas para exibições especiais de seus artistas representados, caso da mostra inaugural, "You Don't Believe in Love, But I Believe in You", de Tracey Emin, em cartaz até 23 de fevereiro. 

Polêmica como a própria Emin, cuja obra é calcada em elementos essencialmente auto-biográficos, o selo White Cube também é controverso ao ser criticado por artistas, experts, e marchands por sua abordagem considerada anti-séptica e, ao mesmo tempo, fashionista da arte contemporânea. 

Que a vanguarda virou posh, isso já temos ciência. Mas, num certo sentido, esse dom de iludir pertence às artes em geral. E de tolo o dono da White Cube não tem é nada. Aportando em São Paulo sem ter a obrigação de fazer investimentos em acervo e artistas novos, chegou para sentir a temperatura e pressão do mundo das artes em terra brasilis. 


Display da exposição "You Don't Believe in Love, But I Believe in You", de Tracey Emin, na White Cube de São Paulo.
Guaches de Tracey Emin para a mostra inaugural da filial paulistana da White Cube



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