quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

arte em A4...

O trabalho do dinamarquês Peter Callesen é um exemplo, pra mim, do limite tênue existente entre o grande domínio sobre uma determinada técnica - no caso, o recorte em papel - e a fragilidade proporcionada pelo rigor formal. Há sempre o risco, para o artista habilidoso - no lado oposto ao artista puramente conceitual - de se restringir ao âmbito da forma. Como se o talento, o apuro técnico, pudessem compensar qualquer proposta poética. 

Em suas próprias palavras, Peter Callesen justifica o uso da folha de papel sulfite A4 como uma modo de transformar algo de uso banalizado em nossa época em matéria artística. Ele acrescenta que seus temas buscam jogar com essa fragilidade do papel, explorando suas potencialidades materiais. 

Passando de uma série simples de recortes para quadros emoldurados até chegar a esculturas mais elaboradas, a obra de Peter Callesen desdobra-se e constrói-se por meio da neutralidade branca do papel. Uma limitação que, no caso do artista dinamarquês, transformou-se em potência, força.

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