segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

esse obscuro sujeito do desejo...

Tom Ford posa com sua primeira coleção para mulheres assinando sua própria marca, em 2011. Foto de Terry Richardson.
A volta de Tom Ford ao design de roupas femininas, em 2011. Foto de Steven Meisel.
Com Stella Tennant.
Com Karen Elson.
O texano Tom Ford foi o responsável por reerguer o império falido dos Gucci, e ainda abocanhar, no período, o papel de designer chefe da marca francesa Yves Saint Laurent. Seu sucesso nos números - em 1999, a Gucci registrou um valor de mercado beirando os U$ 4,5 bilhões - está diretamente relacionado à pontaria certeira de uma consumidora de luxo, diferenciada, ansiando por um novo glamour, uma nova sensualidade mais elaborada. Daí vêem os tecidos luxuosos, como veludo e cetim; as formas clássicas misturadas a grandes fendas nas costas ou decotes ousados; uma atitude de mulher meio femme fatale, meio filme noir. Uma persona feminina de força e refinamento. A dita mulher classuda, no jargão brasileiro.  

Simultaneamente, Ford foi o responsável por trazer a stylist Carine Roitfeld e o fotógrafo Mario Testino para as campanhas da Gucci e YSL, campanhas marcadas por um esmero na direção de arte, na criação de imagens de desejo poderosas.

Quando anunciou seu desligamento das duas griffes em meados dos anos 2000, um certo burburinho de curiosidade se instalou ao redor do mistério feito por Ford. Afinal, o aluno de arquitetura e design de interiores da Parsons School of Design dizia, à época, que não voltaria à moda. Queria novos desafios.

Meia-verdade: em 2007, Ford abriu em Nova York a primeira loja de sua própria marca - Tom Ford - na Madison Ave. O objetivo era trabalhar apenas com roupas masculinas, de alfaiataria exclusiva.

Em 2009, a outra meia-verdade se concretizou: Ford se aventurou pelo cinema - direção e roteiro adaptado - com "A Single Man", traduzido para o português como "Direito de Amar". Com Colin Firth e Julianne Moore como protagonistas, a trama retrata a falta de sentido vivida por um professor de literatura dos EUA dos anos 60 pelo vazio deixado pela morte de seu companheiro. Altamente atmosférico, "Direito de Amar" une as antigas habilidades estéticas de Ford com um refinamento aguçado para tratar o sofrimento do personagem de Firth.

E eis que em 1o. de janeiro de 2011, Tom Ford abre as portas de sua loja em NYC, apenas para grandes publishers de moda e compradores, além de um número reduzido de fotógrafos, para lançar sua primeira coleção de roupas femininas. Ali estava novamente o homem que compreendia as mulheres. As ricas e famosas. Com um casting formado por tops e amigas, como Lauren Hutton, Marisa Berenson, Julianne Moore e Beyoncé, mais Lyia Kebede, Freja Beha, Karlie Kloss, Stella Tennant, Karen Elson, Chanel Imman e Daria Werbowy, o clima era de aristocracia, de puro luxo e intimidade. De roupas e acessórios para poucas, mas desejados por muitas. 

Assista o clipe do desfile de 2011. Belo. 


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