As 3 fotos acima fazem parte de um editorial de moda clicado por Rocio Montoya para a Doze Magazine. Fiz questão de não ter mais informações a respeito, nem acesso a mais fotos do editorial, porque é suficiente para minha fruição, como um espectador, esse tríptico. Uma composição bem elaborada conceitual e formalmente: um faisão pendurado, mas preservado em sua bela plumagem; um close-up de uma garota com olhos de pássaro, com make, cabelo e styling remontando a um look sevilhano, cigano, provençal, meio Lacroix do início; e, por fim, o faisão depenado, destruído; um cadáver.
Podemos ler as 3 fotos de diferentes formas - de trás para frente, do meio para os lados, do primeiro fotograma em diante. Ou o conjunto como um todo. 3 fotos tão organicamente amarradas, com um resultado de impacto, porque claramente há um grande trabalho de referência e de reconstrução delas nele próprio. Não é casual. E não é para vender roupa pra madame, ou patricinha, ou pirigueti, ou executiva. No bojo mais amplo da Doze está a ideia de moda como uma forma de expressão, para leitores que compartilham desse conjunto estético de referências artísticas e poéticas. Então, como diz o título de um dos tumblrs de uma amiga, pede falência vogue brasil... Fica a pergunta: uma revista que se diz parâmetro de bom-gosto, com a griffe Vogue, deve se moldar ao público ou deve minimamente formá-lo, guiá-lo, por mais comercial que ela seja?
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Iris Van Herpen ● Haute Couture Spring/Summer 2013
Iris Van Herpen desfilou anteontem sua coleção de alta-costura primavera/verão 2013 em Paris. Foi sua quarta coleção como convidada e membro da seleta Câmara Sindical de Alta Costura.
O trabalho da designer de moda holandesa de 28 anos, estagiária de Alexander McQueen, em Londres e Claudy Jongstra, em Amsterdam, é baseado em dois pólos - de um lado, no diálogo com as artes visuais, escultura e aquitetura, sobretudo; de outro, na pesquisa de alta tecnologia de engenharia têxtil. O resultado são indumentárias marcadas pela estamparia em 3D, desenvolvida em parceria com o Media Lab do MIT norte-americano, e a arquiteta canadense Julia Koerner e o estudio Materialise, uma inovação no mundo da alta-costura, não apenas pela novidade, mas pelo alto nível de acabamento de suas propostas futuristas e orgânicas.
Na mais recente coleção de Van Herpen, a influência da eletricidade no corpo humano foi a tônica dominante. Em colaboração com o artista neo-zelandês Carlos Van Camp, cujo obra tem como conceito a manipulação de altas cargas de eletricidade e seus efeitos sobre o corpo humano, mais o trabalho do arquiteto canadense Philip Beesley, também interessado nos efeitos da química e da eletricidade sobre estruturas sólidas, e seus impactos nos seres humanos.
Se olharmos os créditos de todos os colaboradores por trás do fashion show de Van Herpen veremos que a lista é longa, muito provavelmente mais extensa do que os de outras coleções, pois se trata, aqui, de uma trajetória consistente de diálogo da obra da designer holandesa com um grupo de artistas e pesquisadores colaboradores.
Não há acaso no resultado energético e poderoso provocado pelas coleções de Iris Van Herpen. Há sim uma grande paixão à arte, ao estudo, à pesquisa, e à inovação. Suor-hora, dedicação e, algo que me é muito caro, abertura para compartilhar e dialogar com outros artistas e suas experimentações. O resultado vocês conferem aí em cima...
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
esse obscuro sujeito do desejo...
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Tom Ford posa com sua primeira coleção para mulheres assinando sua própria marca, em 2011. Foto de Terry Richardson. |
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A volta de Tom Ford ao design de roupas femininas, em 2011. Foto de Steven Meisel. |
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Com Stella Tennant. |
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Com Karen Elson. |
Simultaneamente, Ford foi o responsável por trazer a stylist Carine Roitfeld e o fotógrafo Mario Testino para as campanhas da Gucci e YSL, campanhas marcadas por um esmero na direção de arte, na criação de imagens de desejo poderosas.
Quando anunciou seu desligamento das duas griffes em meados dos anos 2000, um certo burburinho de curiosidade se instalou ao redor do mistério feito por Ford. Afinal, o aluno de arquitetura e design de interiores da Parsons School of Design dizia, à época, que não voltaria à moda. Queria novos desafios.
Meia-verdade: em 2007, Ford abriu em Nova York a primeira loja de sua própria marca - Tom Ford - na Madison Ave. O objetivo era trabalhar apenas com roupas masculinas, de alfaiataria exclusiva.
Em 2009, a outra meia-verdade se concretizou: Ford se aventurou pelo cinema - direção e roteiro adaptado - com "A Single Man", traduzido para o português como "Direito de Amar". Com Colin Firth e Julianne Moore como protagonistas, a trama retrata a falta de sentido vivida por um professor de literatura dos EUA dos anos 60 pelo vazio deixado pela morte de seu companheiro. Altamente atmosférico, "Direito de Amar" une as antigas habilidades estéticas de Ford com um refinamento aguçado para tratar o sofrimento do personagem de Firth.
E eis que em 1o. de janeiro de 2011, Tom Ford abre as portas de sua loja em NYC, apenas para grandes publishers de moda e compradores, além de um número reduzido de fotógrafos, para lançar sua primeira coleção de roupas femininas. Ali estava novamente o homem que compreendia as mulheres. As ricas e famosas. Com um casting formado por tops e amigas, como Lauren Hutton, Marisa Berenson, Julianne Moore e Beyoncé, mais Lyia Kebede, Freja Beha, Karlie Kloss, Stella Tennant, Karen Elson, Chanel Imman e Daria Werbowy, o clima era de aristocracia, de puro luxo e intimidade. De roupas e acessórios para poucas, mas desejados por muitas.
Assista o clipe do desfile de 2011. Belo.
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