terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

sobre formação de público...

As 3 fotos acima fazem parte de um editorial de moda clicado por Rocio Montoya para a Doze Magazine. Fiz questão de não ter mais informações a respeito, nem acesso a mais fotos do editorial, porque é suficiente para minha fruição, como um espectador, esse tríptico. Uma composição bem elaborada conceitual e formalmente: um faisão pendurado, mas preservado em sua bela plumagem; um close-up de uma garota com olhos de pássaro, com make, cabelo e styling remontando a um look sevilhano, cigano, provençal, meio Lacroix do início; e, por fim, o faisão depenado, destruído; um cadáver. 

Podemos ler as 3 fotos de diferentes formas - de trás para frente, do meio para os lados, do primeiro fotograma em diante. Ou o conjunto como um todo. 3 fotos tão organicamente amarradas, com um resultado de impacto, porque claramente há um grande trabalho de referência e de reconstrução delas nele próprio. Não é casual. E não é para vender roupa pra madame, ou patricinha, ou pirigueti, ou executiva. No bojo mais amplo da Doze está a ideia de moda como uma forma de expressão, para leitores que compartilham desse conjunto estético de referências artísticas e poéticas. Então, como diz o título de um dos tumblrs de uma amiga, pede falência vogue brasil... Fica a pergunta: uma revista que se diz parâmetro de bom-gosto, com a griffe Vogue, deve se moldar ao público ou deve minimamente formá-lo, guiá-lo, por mais comercial que ela seja? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário