segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

arte e meio-ambiente...


A chamada "environmental art" - ou arte ambiental, em português - pode ter, de imediato, 2 significados: um, mais literal, o de lidar diretamente com questões ecológicas. E outro, mais abrangente, o de discutir a relação do homem com o seu entorno, seja esse meio-ambiente a natureza ou a cena urbana. 

A partir da década de 60, a arte ambiental tomou contornos mais expressivos por intermédio de movimentos como a "arte site-specific", a "arte povera" e a "land art". Em comum, todos esses movimentos tinham a escultura como forma primária de expressão, tomando proporções de instalação e intervenção urbana. 

Em outubro de 1968, Robert Smithson organizou uma exibição inovadora na Dwan Gallery, em NYC, denominada "Earthworks", questionando os limites geográficos do espaço galeria de arte, assim como os da própria obra, pois travam-se de esculturas e instalações enormes, que só podiam ser visualizadas na galeria por registros fotográficos, enquanto as obras, em si, de proporções gigantescas, encontravam-se no deserto norte-americano. Como precificar, adquirir e armazenar uma obra dessas? 

Desde então, várias bienais e exibições importantes, bem como inúmeros artistas, vêm se dedicando a esse tipo de arte: a manipulação de paisagens e espaços urbanos; a intersecção entre a ação humana e o meio-ambiente; a terra como metáfora, sua relação com o indivíduo artista; o meio-ambiente como eco-sistema e realidade sócio-política.

‘Are We Still Going On?’, da artista finlandesa Kaarina Kaiakkonen, tem como proposta instalações feitas com camisas e blusas de segunda-mão, recolhidas do lixo ou de bazares de igreja e brechós. Sua matéria é o resíduo, resultado da apropriação da natureza pela ação humana. Unidas em varais de grande extensão, essas camisas formam cortinas, bandeirolas,   um cenário que remete a uma outra paisagem. A uma outra via que dialogue entre a destruição da natureza resultante da atividade econômica e a capacidade criativa do ser humano.

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