Dentre os sentidos do prefixo "dis" estão os seguintes: separação, negação, contrário, dificuldade, contrariedade. Distração: falta ou dificuldade de atenção; distopia: posição ou situação anormal de um órgão do corpo humano. Ou o contrário de utopia: a separação dos ideais de liberdade e igualdade, e a organização social da realidade - caótica, violenta, sem sentido. Dislexia: dificuldade com o "lexus", a palavra, com o ler e escrever. Negação do tempo de refletir, compreender, interpretar.
Fukaeri é a adolescente introvertida, monossilábica, misteriosa; a menina diagnosticada como disléxica, que não consegue se ater muito tempo à leitura e à escrita, mas capaz de criar uma história fantástica e absolutamente original que fascina um cínico editor e um escritor-to-be na trilogia "1Q84" de Haruki Murakami.
Fukaeri fala pouco, não consegue formular questões; mistura um vestido de algodão leve de verão com um casaco de neve para o inverno pesado; é quase inexpressiva. Fukaeri, apesar dos seus 17 anos, comporta-se como um traumatizado de guerra, como um indivíduo que passou por tantos revezes na vida e que, por isso, sua única resposta é o silêncio, o olhar parado no infinito.
Não sei exatamente explicar porque esse blog foi interrompido: uma distensão entre setembro do ano passado e o dia 9 de março deste ano. Feito Fukaeri, quero dizer não, refutar, dizer que não compreendo o que vem acontecendo ao meu redor ao longo desses meses. Com o olhar perdido no horizonte, recomeço a escrever por aqui. Sem pretensões, sem alvo, sem direção. A grande vantagem é a de que, se eu bater em alta velocidade contra um poste ou uma árvore, capotar inúmeras vezes, e deslizar barranco abaixo, ainda assim continuarei vivo. Terei voltado a arriscar.
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domingo, 9 de março de 2014
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Iris Van Herpen ● Haute Couture Spring/Summer 2013
Iris Van Herpen desfilou anteontem sua coleção de alta-costura primavera/verão 2013 em Paris. Foi sua quarta coleção como convidada e membro da seleta Câmara Sindical de Alta Costura.
O trabalho da designer de moda holandesa de 28 anos, estagiária de Alexander McQueen, em Londres e Claudy Jongstra, em Amsterdam, é baseado em dois pólos - de um lado, no diálogo com as artes visuais, escultura e aquitetura, sobretudo; de outro, na pesquisa de alta tecnologia de engenharia têxtil. O resultado são indumentárias marcadas pela estamparia em 3D, desenvolvida em parceria com o Media Lab do MIT norte-americano, e a arquiteta canadense Julia Koerner e o estudio Materialise, uma inovação no mundo da alta-costura, não apenas pela novidade, mas pelo alto nível de acabamento de suas propostas futuristas e orgânicas.
Na mais recente coleção de Van Herpen, a influência da eletricidade no corpo humano foi a tônica dominante. Em colaboração com o artista neo-zelandês Carlos Van Camp, cujo obra tem como conceito a manipulação de altas cargas de eletricidade e seus efeitos sobre o corpo humano, mais o trabalho do arquiteto canadense Philip Beesley, também interessado nos efeitos da química e da eletricidade sobre estruturas sólidas, e seus impactos nos seres humanos.
Se olharmos os créditos de todos os colaboradores por trás do fashion show de Van Herpen veremos que a lista é longa, muito provavelmente mais extensa do que os de outras coleções, pois se trata, aqui, de uma trajetória consistente de diálogo da obra da designer holandesa com um grupo de artistas e pesquisadores colaboradores.
Não há acaso no resultado energético e poderoso provocado pelas coleções de Iris Van Herpen. Há sim uma grande paixão à arte, ao estudo, à pesquisa, e à inovação. Suor-hora, dedicação e, algo que me é muito caro, abertura para compartilhar e dialogar com outros artistas e suas experimentações. O resultado vocês conferem aí em cima...
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