segunda-feira, 29 de abril de 2013

a exposição iminente...


Autorretratos do fotógrafo norte-americano Lee Friedlander.
Entrei no museu ainda vazio. Pouca gente circulava por lá. Mesmo assim, a sensação era de abafamento. Caiam imagens sobre minha cabeça, e eu não conseguia fixá-las. Uma ou outra fotografia me atraiam a atenção, mas o conjunto se anulou em mim. Em minha percepção, intransferível. 


Saí do museu. Bebi 2 cervejas com um amigo. Falamos da exposição. Do que estava ao redor, não das fotos. Sensação estranha, porém nada desconfortável. Logo passamos pra outros assuntos, para simplificar a noite.

Já bem distante do museu, em casa, me olhei no espelho, lavei o rosto, e me percebi menos importante. Aquele reflexo, pelo menos. Sorri, pra ver quantas marcas ao redor dos olhos se formavam. Menos rugas no olho direito do que no esquerdo. Fiz mais caretas, massagens faciais, estiquei e soltei a pele da cara várias vezes. Difícil envelhecer, fácil exagerar. Fechei os olhos com força, abri-os de supetão. Nada de mais. Não cabe a mim me ver. Isso é função dos outros. Cabe a mim estar presente. 

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