segunda-feira, 11 de março de 2013

o tonalismo...

As pinturas acima são exemplos da escola tonalista, na qual se destacaram pintores como James McNeill Whistler, Edward Mittchell Bannister, Edward Steichen, George Innes e Birge Harrison.
Nos Estados Unidos do final do século XIX, início do século XX, um estilo de pintura firmou-se como proeminente, além de forte influência poética e técnica para a abstração modernista. Trata-se do tonalismo. Com ênfase no retrato de paisagens, os artistas denominados "tonalistas" objetivavam a criação de uma atmosfera densa por meio da sobreposição de sombras, da utilização de matizes escuros e neutros de cores como o azul, o cinza e o marrom. 

Chama-nos a atenção que, na mesma época, o Impressionismo grassava na Europa, continente que, naquele período, era o centro de referência - e, por isso, hegemônico - das artes em geral. Disso resultou o ofuscamento da escola tonalista norte-americana, que, apenas muito mais tarde, foi reconhecida por suas contribuições às poéticas modernas do construtivismo e do expressionismo abstrato.

Até hoje, indo mais além na análise política das artes visuais, assisto a uma série de artistas brasileiros que optam por fazer residências artísticas em Paris, Londres ou Berlin, sem saber que, aqui do lado, na América do Sul, temos exemplos potentes e prolíficos de produção em vários campos da arte contemporânea. Países como Chile, Peru, Argentina e Colômbia têm não apenas uma cena artística vibrante como também redes de instituições culturais, museus e galerias com programas continuados para a formação e a experimentação artística. 

Na geopolítica da fome das artes, muitas vezes ser acolhido na Europa ou nos Estados Unidos é como receber uma distinção, um atestado de reconhecimento do superior e, portanto, de igualdade. Sem que isso, necessariamente, tenha uma relação direta com o mérito artístico. Criatividade, arrojo e pujança artística não tem correlação direta com o PIB ou o desenvolvimento econômico, estrito senso.

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