O escritor norte-americano, Jonathan Franzen, autor de "Liberdade", publicado no Brasil, em sua mais recente edição, pela Companhia das Letras (vide capa abaixo) |
O fato é que "Liberdade" virou pop, citado pelo presidente Obama como seu livro de cabeceira de 2011, incensado pela crítica literária mundial, e fenômeno cult de público. E, repito, são 608 páginas a serem percorridas. O que, indubitavelmente, nos faz questionar onde reside o mérito de Franzen e de seu catatau literário.
Não iria tão longe como certas resenhas críticas foram, apontando "Liberdade" como um panorama vivo e profundo da América dos últimos 40 anos. Na minha perspectiva, o que me levou a terminar essa história foi a trama de amor, amizade, ciúme, infidelidade, inveja, tudo misturado, que envolve os 3 protagonistas - o casal Walter e Patty Berglund, e o amigo de faculdade e roqueiro tão cult quanto fracassado, Richard Katz.
Não há nada de novo no front, contudo, Franzen consegue nos envolver e nos fazer identificar com os dilemas amorosos de seus personagens, todos os 3 às voltas com as conseqüências de suas escolhas - entre segurança e paixão, entre ceder à tentação de seduzir e à lealdade a uma amizade antiga, entre remoer o ressentimento e superá-lo pelo perdão.
Com todo o desgaste que o termo liberdade vem sofrendo - vide a mais recente tragédia norte-americana - existe ainda uma forma de resgatar seu significado: buscando no microcosmo da ação humana, das interações interpessoais, as razões para o que acontece no universo da cultura ocidental contemporânea. O nonsense vem de nós mesmos, de nossa natureza.
PS - Em tempo: "Cinqüenta Tons de Cinza" e sua trilogia não puseram os pés nessa casa...
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