Num segundo momento, a pintura se sentiu libertada da figuração do real justamente por quem, no início, era tido como seu principal inimigo - a fotografia. Muitos pintores do início do século XX declararam seu compromisso com uma poética própria, um estilo que não se prendesse ao realismo, relegando à fotografia essa tarefa.
Anos e décadas de experimentação tanto de um lado como de outro - fotografia e pintura - resultaram num diálogo muito curioso entre os dois suportes artísticos. Hoje, vemos a pintura agarrando-se ao real de modos extremos, por meio de um hiper ou ultra-realismo. De forma análoga, temos obras fotográficas que buscam uma dimensão pictórica em sua poética, em atmosferas evocadas e sugestionadas.
Fotografia e pintura acabaram por se fundir e, assim, nos confundir. Há muitos veios de ouro a serem explorados nesse conflito/conversa.