quinta-feira, 15 de agosto de 2013

o inverno não chega ao sesc...


Para quem assistiu ou acompanha "Game of Thrones", sabe que o primeiro episódio da primeira temporada, a desvelar todo o arco dramático do épico televisivo, entitula-se "Winter is Coming". Trata-se de uma metáfora sobre a aproximação do inverno no sentido "vacas magras", que os reinos e domínios aquém da grande muralha passarão por dias difíceis. E durante um longo período.

Assimilei a expressão como sinônimo de perrengue, de escassez de recursos, de dinheiro contado, de rio secando. No caso de algo ou alguém protegido do inverno, é sinal de que os rios continuam a jorrar leite, e o mel a escorrer das árvores. Caso da programação do Sesc. A junção de orçamento e bom gosto, resultando numa programação cultural diversificada e também ousada. E tudo sempre lota, e os ingressos se esgotam rapidamente. No mês passado, quando pensei em ver o ex-guitarrista do Sonic Youth, Lee Ranaldo, claro, tudo vendido. Neste mês, por precaução, quando foi anunciada o line-up da terceira edição do projeto "Jazz na Fábrica", uma amiga minha já estava na fila para comprar os ingressos para o show da Cassandra Wilson. Demorou, mas conseguiu.

Durante o mês de agosto, o teatro do Sesc Pompéia recebe bandas, instrumentistas, cantores e cantoras de projeção no cenário do jazz, nacional e internacional. De nomes poucos conhecidos no Brasil, como o trompetista Ibrahim Maloouf - super incensado na Europa e nos EUA - à cantoras de apelo mais pop, como Macy Gray e Cassandra Wilson, o "Jazz na Fábrica" supre com louvor a lacuna desse gênero musical em São Paulo. Tivemos "Free Jazz" e afins. Mas nada que se compare à diversidade de estilos e de origens, de contaminações mútuas, como os próprios curadores do projeto gostam de falar, revelados na extensa lista de artistas dessa terceira edição. De fato, não fosse pelo Sesc, estaríamos sim a vários pés soterrados por neve e gelo. Não só no que diz respeito ao jazz... 

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