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quarta-feira, 5 de junho de 2013

10 ou mais razões para amar David Lynch...

Realizadores cinematográficos cuja obra dialoga com outros suportes e experimentações artísticas como as artes visuais, a música, a video arte, a pintura, a literatura, são aqueles pelos quais tenho mais apreço, mais afeição. Pra citar 2: Luchino Visconti e Stanley Kubrick. Um terceiro, sem dúvida, é David Keith Lynch. Ou David Lynch, simplesmente. Lembro-me do dia em que vi "O Homem Elefante" no cinema, com meu pai. Tinha então 12 anos, e fiquei aterrorizado e, ao mesmo tempo, tocado por aquela história "baseada em fatos reais". De lá para frente, Lynch foi se tornando mais surreal, interessado pela iconografia freak norte-americana, a revisitação do film noir, dos road-movies, narrativas todas que, em menor ou maior grau, carregam elementos estranhos, de epopéia, contos de fadas, de terror, de submundo, uma linguagem particularmente onírica e atmosférica de fazer filmes. 

David Lynch tem uma tal ligação com a deformidade que, penso, só um artista tão multi-disciplinar conseguiria dar o status poético que ele concede a essa categoria. Seu sucesso é transformar esse desforme em algo lírico, pertencente a um outro mundo, uma outra dimensão. Incluo também "Uma História Real" (1999) como um filme coerente dentro dessa tradição lynchiana, pois o velhinho que percorre não sei quantos mil quilômetros num cortador de grama para reencontrar seu irmão nos emociona justamente por esse caráter ilógico e realisticamente surreal de uma epopéia, um road-movie "povero", que, ao meu ver, remete a um elemento de unicidade e grandiosidade ao outcasted, outlaw, ao freak, ao marginal e montruoso. Um caráter de enorme beleza. 

David Lynch lança, no dia 15 de julho, seu novo álbum chamado "The Big Dream". Nome mais apropriado, impossível. Depois de "Crazy Clown Time", de 2011, o novo LP/CD do diretor norte-americano centra-se no blues. No azul dos sonhos, a ligação é quase imediata. Com uma regravação de "Ballad of Hollis Brown", de Bob Dylan, a participação, nas guitarras, de seu filho Riley, de 21 anos, mais uma faixa bônus com a sueca Lykke Li nos vocais, em "I'm Waiting Here". Esta última seria uma das únicas razões possíveis para eu gostar ainda mais de David Lynch. 
 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

nas horas vagas...


Safwat Saleem é designer gráfico, filmmaker, artista e o diretor criativo da Arizona State University. Multi-disciplinar. E sem divisão de tempo entre trabalho e horas vagas. O laser dele é arte também. Com a diferença de ser uma arte completamente despretensiosa, no sentido da simplicidade dos recursos usados, do humor envolvido, da sátira, assim como do não-comprometimento com um padrão específico a ser atingido em termos de mercado, conceito, reconhecimento. 

São gravuras de ilustrações que representam relações complicadas entre dois ou mais objetos. Eles dialogam entre si, sempre com um tom de ironia e sarcasmo. As gravuras são simples, com blocagens delicadas de cores, e um traço refinado e limpo. E, acima de tudo, de um humor esperto. 

Um pouco de nonchalance, como bem define a língua francesa, não faz mal a ninguém. Um estado relaxado sem ansiedade nem entusiasmo; uma ausência casual de preocupação ou pretensão. Espero que se divirtam com os "quadrinhos" de Saleem, e aproveitem a sexta-feira, o dia de Vênus...