"Dentro da Casa" (2012) segue a tradição ozoniana. Seus personagens sofrem calados, incomunicáveis, por viverem o tédio do aburguesamento das relações humanas do mundo moderno desenvolvido; porém, diante de um desejo irreversível de mudança, diante do acaso, eles acabam perdendo absolutamente o controle; deixam-se levar, serem levados.
O que mais me chama a atenção em "Dentro da Casa" é a crítica contundente daqueles que buscam na arte um tipo de redenção, de transcendência que, nos dias de hoje, não passa, a meu ver, de uma grande forçacão de barra. Uma camuflagem, um disfarce pseudo-intelectual e cínico para abismos interiores. Pois se não temos experiências próprias, um repertório, um mundo interior, não há arte conceitual chinesa nem literatura russa que dê jeito.
PS-"To be continued" é a expressão que conecta os capítulos da narrativa de "Dentro da Casa". Mas também pode ser visto como um mote da própria obra de Ozon... Ainda vem muita coisa por aí...
Nenhum comentário:
Postar um comentário