"Retrato da Irmã da Artista em Trajes de Freira", de 1551. |
Sofonisba Anguissola nasceu em Cremona em 1532. A mais velha de 7 irmãos, de família abastada, assim que demonstrou vontade e talento para às chamadas "belas artes", foi incentivada por seu pai a seguir uma educaçāo formal em história da arte e pintura. O que, à época, significava abrir uma enorme exceção, a fim de que Sofonista pudesse ser admitida como a primeira mulher-aprendiz junto aos pintores de renome de sua cidade natal.
Em 1554, Sofonisba, então com 22 anos, muda-se para Roma. Lá conhece Michelangelo - sim, o próprio - o qual comenta e critica seu trabalho, ao mesmo tempo que pede a ela que faça o mesmo com seus esboços e desenhos.
Infelizmente era o máximo que a artista podia fazer em tempos em que mulheres não eram admitidas em estudos de nu e, portanto, jamais eram comissionadas para grandes pinturas de caráter histórico, mitológico ou religioso. Mesmo contando com o apoio do pai influente. Mesmo com um talento atestado e já reconhecido.
Assim, Sofonisba especializou-se em retratos e estudos de natureza morta, representações de cenas quotidianas. Foi obrigada a se restringir ao ambiente familiar, da ordem estrita do gênero feminino.
Por volta de 1558, Sofonisba já era uma pintora amplamente reconhecida nas cortes européias. Finalizando um retrato encomendado pelo Duque de Alba, em Milão, foi indicada ao rei de Espanha, Felipe II, encontro que significou um ponto de virada em sua carreira. Contratada como retratista oficial da família real espanhola, a pintora italiana passou 20 anos estabelecida em Madri. Além dos retratos, Sofonisba foi incumbida de dar aulas de pintura à jovem rainha Isabel de Valois (mais uma tarefa da ordem do feminino).
Os anos na Espanha correspondem ao período mais fértil e produtivo da artista, quando ela, de fato, refina seu estilo, marcado pelo detalhismo e apuro na representação de tecidos, jóias, peles, enfim, uma luminosidade própria na combinação de textura e cor que conferem aos seus retratos não apenas uma sofisticação única como também um cuidado com a atmosfera em torno do retratado.
Nesse estágio, o trabalho de Sofonisba esbarra em mais um entrave: por conta da qualidade de suas obras, muitas delas foram confundidas com as de outros artistas homens da época, como Ticiano e El Greco (neste último caso, o quadro abaixo "A Dama de Arminho", de 1580, foi considerado de autoria do pintor greco-espanhol por um longo período).
Sofonisba voltou à Itália em 1578, casou-se duas vezes, e morreu em Palermo, aos 93 anos. Em 1623, um jovem pintor flamengo chamado Anthony Van Dyck fez uma visita à pintora, já com 90 anos. Van Dyck iniciou um esboço de retrato nesse encontro, finalizado um ano depois, Porém o que lhe chamou a atenção foi o fato de a artista ainda continuar a pintar apesar de sua vista já enfraquecida e cansada.
Em 1554, Sofonisba, então com 22 anos, muda-se para Roma. Lá conhece Michelangelo - sim, o próprio - o qual comenta e critica seu trabalho, ao mesmo tempo que pede a ela que faça o mesmo com seus esboços e desenhos.
Infelizmente era o máximo que a artista podia fazer em tempos em que mulheres não eram admitidas em estudos de nu e, portanto, jamais eram comissionadas para grandes pinturas de caráter histórico, mitológico ou religioso. Mesmo contando com o apoio do pai influente. Mesmo com um talento atestado e já reconhecido.
Assim, Sofonisba especializou-se em retratos e estudos de natureza morta, representações de cenas quotidianas. Foi obrigada a se restringir ao ambiente familiar, da ordem estrita do gênero feminino.
Por volta de 1558, Sofonisba já era uma pintora amplamente reconhecida nas cortes européias. Finalizando um retrato encomendado pelo Duque de Alba, em Milão, foi indicada ao rei de Espanha, Felipe II, encontro que significou um ponto de virada em sua carreira. Contratada como retratista oficial da família real espanhola, a pintora italiana passou 20 anos estabelecida em Madri. Além dos retratos, Sofonisba foi incumbida de dar aulas de pintura à jovem rainha Isabel de Valois (mais uma tarefa da ordem do feminino).
Acima, retrato de Isabel de Valois, rainha da Espanha. Abaixo, retrato de Felipe II, o rei, executado em 1573 e, até 1996, atribuído ao pintor Sanchéz Coello. |
Nesse estágio, o trabalho de Sofonisba esbarra em mais um entrave: por conta da qualidade de suas obras, muitas delas foram confundidas com as de outros artistas homens da época, como Ticiano e El Greco (neste último caso, o quadro abaixo "A Dama de Arminho", de 1580, foi considerado de autoria do pintor greco-espanhol por um longo período).
Sofonisba voltou à Itália em 1578, casou-se duas vezes, e morreu em Palermo, aos 93 anos. Em 1623, um jovem pintor flamengo chamado Anthony Van Dyck fez uma visita à pintora, já com 90 anos. Van Dyck iniciou um esboço de retrato nesse encontro, finalizado um ano depois, Porém o que lhe chamou a atenção foi o fato de a artista ainda continuar a pintar apesar de sua vista já enfraquecida e cansada.
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