Frank (Leo DiCaprio) e April (Kate Winslet) se conhecem numa festa, se apaixonam, e tem muitos sonhos pela frente. Mudam-se para um subúrbio pequeno-burguês em Connecticut, enquanto Frank vai abandonado seus sonhos pessoais por uma vida corporativa e conformada em NYC. Mas April não aceita se conformar, mesmo que isso leve a sua própria destruição.
Don Draper é o cínico e sedutor protagonista da série "Mad Men". De passado nebuloso, Draper trilha um caminho brilhante e polêmico no mundo da publicidade e propaganda nos EUA do início dos anos 60. O homem com capacidade aparentemente ilimitada para fazer a América fumar, beber, aquele que sabe como mexer com os sonhos e os medos da massa, todos consumidores em potencial.
A gente é obrigado a ser feliz. Se não aceitamos essa missão, nos desorganizamos, deprimimos, passamos a nos sentir como uma bomba-relógio, que pode explodir a qualquer instante. E, assim, ponto final. O tempo passou e nada aconteceu. A morte chegou.
A maneira como a cultura contemporânea teve sucesso em associar felicidade e morte é algo surpreendente. Espantoso. Uma violência imposta a nossas mentes, como se não houvesse acaso ou contingência, como se, em vez de necessidade, não tivéssemos vontades, desejos próprios. Como se não dispuséssemos de liberdade, à la Bartleby, o personagem de Melville, de se dizer "não".
A vida que temos, penso, não tem que ser vivida necessariamente. De alguma forma, cada um à sua maneira, sinto que a equação pode ser invertida em nome de uma liberação, libertação. A morte não estará de pé, nos aguardando ao dobrarmos a esquina, porque assumimos não querer seguir caminhos planejados ou pré-supostos, ou impostos. Reconhecer nossa impotência diante da vida, e autorizarmo-nos a poder não saber o que nos espera é, de fato, viver livremente. Aí, sim, só dessa forma, conseguiremos mudar, abandonar velhos padrões e nos entregarmos às possibilidades desconhecidas do novo.
PS - Páscoa não vem de Pessach, que significa "passagem", festa da libertação?
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