o ultra-realismo grotesco das esculturas do sul-coreano Choi Xooang. |
O vocábulo "grotesco" advém das
expressões da língua italiana, la grottesca e grottesco, cuja origem é a
palavra "grotta", que significa gruta, caverna, espaço
subterrâneo. O termo foi utilizado para
denominar objetos ornamentais e pinturas encontrados em
escavações feitas em Roma no final do século 15, nos subterrâneos das Termas de
Tito, e em outras regiões próximas da Itália. Suas formas eram inacabadas,
abertas e fantásticas, metamorfoses de figuras humanas com animais, fugindo da
representação real. O grotesco é o belo de cabeça para baixo; é uma espécie de
catástrofe do gosto clássico. No século 18, o classicismo rejeita o grotesco
por considerá-lo algo imaginado, sonhado, fantasioso, irreal, sem significado,
de mau gosto, distante da inteligência e da verdade.
No entanto, com o passar do tempo,
o bizarro e o deformado apresentados pelo então chamado estilo
"grotesco" incorporaram-se às artes em geral. Justamente pelas
características que antes lhe eram rechaçadas: a representação do fabuloso, do
macabro, angustiante, violento, demente. E o que no renascimento e no classicismo era tido
como uma linguagem que deveria permanecer escondida, fora do alcance do olhar
humano por não ser belo para os padrões da época, hoje em dia compreende uma
série de poéticas e técnicas que revelam com contundência aquilo que não está
mais escondido, mas, ao mesmo tempo, não está sendo percebido pelo olhar
humano. O grotesco hoje tira o véu daquilo que nos esconde, nos soterra, nos
deixa no breu, sem luz. Num certo sentido, é o renascimento contemporâneo.
Um exemplo de traço grotesco dentro
de uma técnica ultra-realista são as esculturas do sul-coreano Choi Xooang. As
deformações estão presentes em corpos desequilibrados em suas medidas e
proporções; corpos mutilados ou metamorfoseados em contextos oníricos.
Representações de realidades à flor da pele.
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