Obra em néon da artista britânica Tracey Emin em exibição de mesmo nome na inauguração da filial brasileira da galeria londrina White Cube. |
Criada em 1993 pelo art dealer Jay Jopling, a White Cube surfou na onda da geração dos chamados "Jovens Artistas Britânicos", como Tracey Emin e Damien Hirst, e hoje representa nomes como Antony Gormley, Andreas Gurski, Gabriel Orozco, Anselm Kiefer, Gilbert e George, Sam Taylor-Wood e Jeff Wall.
Se, por um lado, a chegada de uma galeria da envergadura da White Cube em São Paulo demonstra a relevância que o mercado brasileiro de arte vem ganhando no cenário mundial, por outro, pode indicar uma certa tendência à especulação artística e à concentração de mercado.
Com um conceito auto-denominado de pop-up gallery, a versão tupiniquim da White Cube só estará aberta ao público eventualmente, apenas para exibições especiais de seus artistas representados, caso da mostra inaugural, "You Don't Believe in Love, But I Believe in You", de Tracey Emin, em cartaz até 23 de fevereiro.
Polêmica como a própria Emin, cuja obra é calcada em elementos essencialmente auto-biográficos, o selo White Cube também é controverso ao ser criticado por artistas, experts, e marchands por sua abordagem considerada anti-séptica e, ao mesmo tempo, fashionista da arte contemporânea.
Que a vanguarda virou posh, isso já temos ciência. Mas, num certo sentido, esse dom de iludir pertence às artes em geral. E de tolo o dono da White Cube não tem é nada. Aportando em São Paulo sem ter a obrigação de fazer investimentos em acervo e artistas novos, chegou para sentir a temperatura e pressão do mundo das artes em terra brasilis.
Display da exposição "You Don't Believe in Love, But I Believe in You", de Tracey Emin, na White Cube de São Paulo. |
Guaches de Tracey Emin para a mostra inaugural da filial paulistana da White Cube |
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