Já abordamos aqui no blog a relação cada vez mais dialética que vem se estabelecendo entre pintura e fotografia nas artes visuais de agora. A pintura hiper-realista vis-à-vis a fotografia pictórica.
No caso da exposição do Paço, trata-se de uma outra problemática: como a pintura, analogamente ao cinema, lida com a representação de narrativas, de ações que se desenrolam, de histórias contadas?
Justin Mortimer, pintor britânico nascido em 1970, não está incluído nessa mostra. Mas poderia, uma vez que seus trabalhos mais recentes operam no registro da composição de narrativas que se desenrolam num mundo subterrâneo semelhante a prisões, salas de tortura, porões, laboratórios de experiências. São como crônicas de atmosferas sombrias, dominadas por objetos e máquinas num embate violento com a figuração - e desfiguração - do humano. O uso de tonalidades de preto e metalizados contrasta-se à artificialidade fluorescente de cores como o verde, o roxo, lilás, o amarelo. Filmes de horror.
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